Ter um carro rebaixado é uma das escolhas mais feitas e conhecidas por amantes de veículos, principalmente para aqueles que têm um gosto mais esportivo. Porém, para fazer a modificação, não basta levar o automóvel para um mecânico qualquer.
O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) possui uma série de normas e regras para que o motorista faça o rebaixamento do carro sem qualquer problema. Isso porque, caso a alteração seja feita de maneira irregular, o responsável estará cometendo uma infração grave de trânsito, podendo ser punido com multa de R$195,23 e 5 pontos na CNH. Além disso, o veículo pode ser retido até a regularização.
Agora, caso você seja um admirador e deseja rebaixar o seu carro, fique tranquilo. É possível fazer a alteração de forma regular, e o time da Zul+ vai te ajudar com isso. Neste blogpost, vamos te contar tudo o que é preciso para fazer o rebaixamento de maneira correta.
O que diz a lei sobre carro rebaixado?
Como dito antes, o CTB estabelece algumas regras para o rebaixamento do veículo. Portanto, quem deseja fazer a alteração no seu carro deve ficar atento às leis.
Para fazer a alteração, o motorista precisa seguir as exigências abaixo.
- Altura mínima deve ser de 10cm, medida verticalmente do solo ao ponto mais baixo da carroceria ou chassi;
- O conjunto de rodas e pneus não poderá tocar parte alguma do veículo quando submetido ao teste de esterçamento;
- Veículos com a suspensão modificada, em qualquer condição, devem inserir a altura livre do solo no CRV-e (Certificado de Registro de Veículo digital).
Além disso, apenas carros com peso de até 3.500 kg podem ter alterações em sua suspensão. Por outro lado, motocicletas, caminhões e ônibus não podem ser rebaixados.
Conheça 10 cuidados básicos com o carro que podem prolongar a vida útil do seu veículo e fazer você economizar com manutenção.
Qual o procedimento para ter um carro rebaixado?
1. Solicite a autorização junto ao Detran;
Uma coisa que pouca gente sabe sobre o rebaixamento de carros é que é preciso pedir uma Autorização Prévia da Autoridade de Trânsito junto ao Detran ou ao Ciretran (Circunscrição Regional de Trânsito).
Como o próprio nome sugere, este pedido deve ser feito antes de qualquer alteração no veículo. Caso o motorista já tenha feito a modificação e só depois peça a autorização, ele será penalizado com uma multa administrativa de R$120.
2. Procure uma oficina especializada;
Com a autorização já em mãos, é preciso procurar uma oficina especializada para fazer o rebaixamento do veículo. Isso porque, caso seja feito de maneira errada, a modificação poderá gerar danos inesperados ao veículo, o que pode resultar em um prejuízo financeiro grande.
3. Agende um inspeção veicular;
Com o veículo já rebaixado, é preciso agendar uma inspeção em uma instituição técnica credenciada ao Denatran. Caso seja aprovado, o veículo receberá um Certificado de Segurança Veicular (CSV). Este documento deve ser apresentado ao Detran para a emissão do novo CRLV (Certificado de Registro e Licenciamento do Veículo), que é de porte obrigatório, e do novo CRV (Certificado de Registro do Veículo).
Neste ponto é importante ressaltar que o veículo não deve ser usado nas vias públicas antes da emissão dos novos documentos. Caso isso ocorra, ele estará sujeito a ser multado e receber pontos na sua CNH.
Caso o motorista deseje desfazer o rebaixamento, é necessário repetir todo o processo para retirar a observação de modificação dos documentos.
Não sabe onde levar o seu veículo? Conheça dicas de especialistas para escolher uma oficina mecânica de confiança.
Quanto custa para rebaixar um carro?
O custo total do rebaixamento de um veículo pode ser dividido em duas partes: as taxas necessárias e a alteração em si.
As taxas a serem pagas são:
- Autorização prévia – R$17,33;
- Certificado de Segurança Veicular – R$39,66;
- Certificado de Registro de Veículo – R$ 193.
Quanto ao custo da alteração em si, vai depender dos equipamentos escolhidos e do preço cobrado pela mecânica escolhida. Em média, o custo total para rebaixar um carro no Brasil gira em torno de R$3.000,00 já incluindo as taxas.
Combustível, pedágio, IPVA, seguro auto. Um carro pode custar muito caro ao longo de 1 ano. Acesse nossa matéria completa sobre o assunto e saiba quanto.
Quais são os riscos de um carro rebaixado?
Na maioria dos casos, os motoristas que optam por rebaixar seu carro estão visando exclusivamente uma questão estética. Porém, é preciso prestar bastante atenção quanto à questão de segurança também.
Para se determinar a altura que um veículo será fabricado, as montadoras realizam uma série de estudos para chegar ao número que apresente, ao mesmo tempo, segurança e desempenho aerodinâmico.
Desta forma, ao fazer qualquer alteração na suspensão do carro, é possível considerar que este equilíbrio seja alterado. Esta mudança por si só já pode ser considerada um risco do processo de rebaixamento do veículo. Porém, está longe de ser o único.
Se não for feito em uma mecânica especializada, é possível que o rebaixamento do carro seja feito de maneira errada, como por exemplo cortando ou esquentando a mola. Isso faz com que as características do material mudem, podendo enfraquecê-lo e aumentando as chances de defeitos e, consequentemente, acidentes.
O ideal é que a suspensão seja substituída como um todo, colocando novas molas e amortecedores. Isso fará com que o preço se eleve, mas trará muito mais segurança ao veículo.
Mesmo com uma troca completa da suspensão, a mudança vai aumentar o impacto das irregularidades do solo, o que aumenta o desgaste dos componentes mecânicos do carro.
1) Estabilidade
Outro ponto que é bastante afetado com o rebaixamento é a estabilidade do veículo. Trafegar em alta velocidade, principalmente em curvas, fica bastante comprometido. Como consequência, o motorista vai ter que acionar ainda mais os freios, o que vai aumentar a velocidade com que as pastilhas se desgastam, antecipando e aumentando a frequência das trocas.
Outra consequência é um desgaste maior dos pneus, que também precisarão ser calibrados com mais frequência.
Para se ter uma ideia, especialistas recomendam não passar dos 100km/h ao dirigir um veículo rebaixado.
Veja a importância do alinhamento e balanceamento para a estabilidade de um veículo e saiba de quanto em quanto tempo você deve realizar o procedimento.
2) Garantia
Outro detalhe a ser levado em consideração é a garantia. Ao alterar uma característica do seu veículo, seja ela qual for, o motorista vai perder o direito de garantia da montadora. Desta forma, qualquer problema que o veículo possa apresentar vai resultar em um gasto do proprietário.
Vai trocar os pneus do seu carro? Conheça os tipos e veja como escolher o pneu ideal para o seu veículo.
3) Valor de revenda
Veículos rebaixados não costumam agradar a todos. Desta forma, se você desejar vender um veículo rebaixado, pode haver perda no seu valor. Para evitar isso, é possível fazer a reversão para a altura original do carro, o que vai gerar um custo para o dono do veículo.
Conheça algumas dicas para valorizar o seu veículo e fazer você vender bem o seu carro.
4) Seguro
Mesmo que faça todo o procedimento seguindo as leis, muitas seguradoras evitam assegurar veículos rebaixados.
Isso se dá por conta das alterações em partes que influenciam diretamente na segurança do veículo. Muitas companhias preferem não aceitar o risco de assegurar um carro nessas condições.
Além disso, um carro rebaixado está mais exposto a danos com o contato com as vias. Isso faz com que, mesmo que a empresa aceite assegurar o carro, possa cobrar valores maiores se comparados ao cobrado para veículos originais.
Apesar de apontar neste texto os principais riscos em se rebaixar o carro, a conclusão de se deve ou não fazer a alteração cabe exclusivamente ao motorista. Porém, caso acredite que vale a pena correr os riscos e fazer a alteração, lembre-se de seguir os procedimentos corretos para isso. Além disso, pesquise bastante até encontrar um local especializado no rebaixamento. Desta forma, estará diminuindo um pouco os possíveis riscos.