Mais de 3,5 mil pessoas morrem por dia no trânsito em todo o mundo. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), isso equivale a quase 1,3 milhão de mortes que poderiam ter sido evitadas a cada ano. Além disso, entre 20 milhões e 50 milhões de pessoas ficam lesionadas por conta desses acidentes.
É por isso que este é o mês da segurança viária no Brasil, o Maio Amarelo. Segundo dados do ONSV (Observatório Nacional de Segurança Viária), baseados no DataSUS (do Ministério da Saúde), o número de pessoas que perderam a vida em ocorrências de trânsito foi de 32.716 em 2020, um aumento de 2,41% em relação ao ano anterior.
Mas quais são as principais causas para essas fatalidades? É sobre isso que vamos falar neste texto.
Fatores de risco
Os fatores de risco são as causas que levam a acidentes de trânsito no mundo. Segundo o Safe System (Sistema Seguro em inglês), um dos conceitos mais conhecidos em segurança viária no mundo, é preciso considerar que os seres humanos inevitavelmente vão cometer erros. Por exemplo, alguém que se distrai com o celular enquanto dirige, ou uma pessoa andando a pé na rua que não percebe o sinal fechado para pedestres na faixa.
Por isso, o sistema de transporte como um todo – incluindo carros, ônibus, bicicletas e os próprios pedestres, entre outros – precisa ser projetado e operado de modo a acomodar essas possíveis falhas, sem que elas resultem em mortes e lesões graves.
O próprio ONSV já indicou que nove em cada 10 casos de acidentes no trânsito do Brasil são provocados por erros humanos.
Segundo a OMS, os principais fatores de risco no mundo são:
1) Excesso de velocidade
Dirigir acima da velocidade permitida em uma determinada via está diretamente ligado à gravidade do acidente. Segundo a OMS, cada aumento de 1% na velocidade média do veículo resulta numa alta de 4% do risco de acidente fatal e de 3% em acidentes graves.
Por exemplo, a chance de um pedestre morrer em caso de atropelamento é 5 vezes maior se ele for atingido por um carro que esteja a 50 km/h do que a 30 km/h. E a física por trás disso é muito simples.
É que se o veículo está a 50 km/h, o motorista vai precisar de 35 metros de distância para frear o carro ao avistar o pedestre. Mas, a 30 km/h, ele consegue frear com 12 metros. Ou seja, o impacto acaba sendo menor em caso de batida.
2) Dirigir sob influência de álcool e outras drogas
Conduzir sob a influência de álcool ou qualquer outra droga psicoativa aumenta o risco de acidente com morte e lesões graves. Isso porque a alteração causada por essas substâncias em nosso corpo faz com que fiquemos mais distraídos e, portanto, mais propensos a erros.
Segundo a OMS, o risco de uma colisão no trânsito começa já com baixos níveis de concentração de álcool no sangue e não existe uma quantidade segura. Ou seja, só uma cervejinha já faz diferença.
E lembrando que a Lei Seca adotada no Brasil prevê tolerância zero para quem dirige sob a influência de álcool e outras drogas. Existe apenas uma margem de erro de 0,04 mg/l relativa à aferição do equipamento utilizado.
3) Não utilizar capacete para motociclista, cinto de segurança e cadeirinha para criança
O uso correto de capacetes em motociclistas ajuda a reduzir em 42% o risco de morte em caso de acidentes, e em 69% os ferimentos graves.
Já o cinto de segurança reduz o risco de morte entre motoristas e passageiros dos bancos dianteiros entre 45% e 50%, índice que pode chegar até 75% para passageiros dos bancos traseiros.
No caso dos sistemas de retenção para crianças (bebê conforto e assento adaptado), seu uso pode reduzir em 60% o número de mortes.
4) Direção distraída
A distração causada pelo uso de celulares é um problema crescente para a segurança no trânsito em todo o mundo. A OMS estima que motoristas que usam celulares enquanto dirigem têm cerca de 4 vezes mais chances de estarem envolvidos em um acidente.
O uso do celular – mesmo na opção de viva-voz – reduz o tempo de reação em caso de frenagem ou mesmo para perceber os sinais de trânsito, além de dificultar para o motorista manter o carro na pista correta e guardar distâncias seguras dos outros veículos e demais usuários da via, como pedestres e ciclistas.
O movimento Maio Amarelo foi criado para que todos nós possamos refletir sobre essas e outras atitudes que aumentam o risco de acidentes, mas a direção segura deve ser uma prática cotidiana durante o ano todo. Com a participação de todos, teremos um trânsito mais humano e seguro.
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