Quase todo ano a cidade de São Paulo sofre com um recorrente problema: as enchentes. No início deste ano, a capital paulista registrou que 90% de toda a chuva prevista para o mês de março choveu nos primeiros dez dias do mês. De acordo com o comitê de crise criado pela Prefeitura Municipal, até o dia 10 de março havia chovido 160,8mm, 90,6% de todo o volume que era esperado durante o mês.
Nos primeiros dias de março, ruas e avenidas foram alagadas devido às fortes chuvas e tiveram que ser interditadas pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), prejudicando o deslocamento pela cidade e causando lentidão no trânsito. As chuvas também causaram mortes por conta das enchentes e deslizamentos. Só na cidade de São Paulo, 2 pessoas morreram. Em toda Região Metropolitana, foram 13.
Um dos motivos para o surgimento desses problemas é a dificuldade de escoamento das águas das chuvas na cidade de São Paulo. A capital paulista é extremamente pavimentada, o que faz com que a água da chuva não seja absorvida pelo solo. Logo, essa água, ou vai em direção à região mais baixa ou fica parada. E as consequências são alagamentos.
De acordo com um matéria divulgada pelo El País, só na capital paulista existem cerca de 300 cursos de água, e é normal que quando chova, o nível de água dos rios aumente. E, no processo de urbanização da cidade de São Paulo, ruas e avenidas foram construídas próximas de rios, porque cursos d’água ajudavam no desenvolvimento dos centros urbanos. Os alagamentos são decorrentes da hiper pavimentação, muitas vezes comprimindo o leito dos rios que acabam por transbordar na época de cheia.
Para ver quais foram os principais pontos de alagamento da cidade, a equipe do Zul teve acesso a um documento divulgado pelo Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas (CGE) que traz os principais pontos de alagamento em São Paulo entre os anos de 2018 e 2019. Os dados são registrados pela CET e repassados ao CGESP, além disso, fazem parte da operação Chuvas de Verão.
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Confira as dez principais regiões de São Paulo para se evitar nos dias de chuva:
1 – AVENIDA DO ESTADO – Zona Central
Na Avenida do Estado, os principais pontos de alagamento ficam entre os bairros do da Sé e da Mooca. De acordo com os dados divulgados pela CGE, a Avenida do Estado, na região central da cidade de São Paulo, na altura do Viaduto Vinte e Cinco de Março, sofreu com as chuvas e teve recorrentes alagamentos. Mais para a Zona Leste, a Avenida do Estado também enfrentou enchentes na altura da Rua Presidente Batista Pereira .
2 – PRAÇA DA BANDEIRA – Zona Central
As avenidas Nove de Julho e Vinte e Três de Maio na altura da Praça da Bandeira também sofreram enchentes nos dias de fortes chuvas na cidade de São Paulo, segundo o documento da CGE sobre a Operação Chuvas de Verão entre os anos 2018 e 2019. O Parque do Anhangabaú também teve alagamentos registrados.
3 – MARGINAL TIETÊ – Zona Norte
A Marginal Tietê também sofre com as chuvas e muitos de seus trechos ficam intransitáveis de acordo com a CGE. Foi exatamente o que aconteceu nos dias 10 e 11 de março deste ano.
As principais áreas da Marginal Tietê afetadas pela chuva foram na altura da Ponte da Casa Verde e da Ponte das Bandeiras nos sentidos Ayrton Senna e Castelo Branco.
4 – MARGINAL PINHEIROS – Zona Oeste
Na maioria das vezes em que chove forte na cidade de São Paulo, a Marginal Pinheiros também tem seu trânsito afetado. Em determinados trechos, a água se acumula e a passagem pela via fica comprometida, o que acarreta em filas de congestionamento.
As principais áreas da Marginal Pinheiros em que o deslocamento é intransitável nos dias de fortes chuvas são na altura da Ponte Engenheiro Ary Torres, no sentido Interlagos e Castelo Branco.
5 – AVENIDA MARQUÊS DE SÃO VICENTE – Zona Oeste
Na altura da Praça Pascoal Martins, a Avenida Marquês de São Vicente, na Zona Oeste de São Paulo, também apresentou problemas com enchentes em 2018 e 2019 de acordo com os dados divulgados pela CGE.
6 – AVENIDA LUIZ IGNÁCIO ANHAIA MELLO – Zona Leste
Do viaduto Grande São Paulo, passando pela praça Ruy Roxo, chegando até a Avenida Salim Farah Maluf, a Avenida Anhaia Mello também enfrenta graves problemas com enchentes e alagamentos. Principalmente nos pontos citados, a importante via urbana localizada na Vila Prudente pode ser evitada pelo motorista nos dias de intensas chuvas.
7 – AVENIDA CELSO GARCIA – Zona Leste
Localizada no Tatuapé, a Avenida Celso Garcia é uma importante via que liga a Zona Leste ao centro de São Paulo. É preciso que o motorista fique atento quando passar pela região nos dias de chuva. Os principais pontos que enfrentaram enchentes foram a Praça Major Guilherme Rudge e a Rua Saldanha Marinho.
8 – AVENIDA ALCÂNTARA MACHADO – Zona Leste
A Avenida Alcântara Machado, localizada no bairro do Belenzinho, é mais uma das principais vias da cidade que sofre com os problemas causado pelas chuvas. Na altura do Viaduto Guadalajara é o principal ponto com alagamentos registrados pela CET e pela CGE.
9 – AVENIDA SANTO AMARO – Zona Sul
A Zona Sul da cidade de São Paulo é uma das regiões da capital que mais sofre nos dias de chuva. A Avenida Santo Amaro é um exemplo. Ela é responsável por ligar os bairros da zona sul até a zona oeste da cidade, indo da Chácara Santo Antônio (Sul) até a Avenida Juscelino Kubitschek localizada no Itaim Bibi (Oeste).
A Avenida Santo Amaro fica no bairro do Brooklin, e, nos dias de chuva intensa, enchentes e congestionamento marcam a rotina dos motoristas que trafegam pela via. Um dos pontos da Avenida Santo Amaro que mais apresenta problemas é na altura da avenida Roque Petroni Junior.
10 – AVENIDA PROFESSOR ABRAÃO DE MORAIS – Zona Sul
Na região do Bosque da Saúde, na Zona Sul de São Paulo, a Avenida Professor Abraão de Morais é uma das avenidas da cidade que mais apresentou casos de alagamento registrados pela CET entre os anos de 2018 e 2019. Isso acontece porque o Riacho do Ipiranga fica ao lado da avenida e em situações de intensa chuva, o nível de água do rio acaba transbordando para a via.
O que fazer em casos de enchentes?
Em casos de enchentes pela cidade, a melhor opção é permanecer em um lugar seguro e não sair até que a situação esteja melhor. De acordo com a CGE, é necessário manter-se informado sobre as áreas de risco, por isso, fique atento aos meios de comunicação, como portais de notícias e jornais de televisão, e aos comunicados oficiais da Prefeitura Municipal.
Para o órgão da Prefeitura que monitora as condições meteorológicas da capital, se existe uma inundação no meio da via, não se aventure a enfrentar a correnteza. Além disso, o CGE alerta sobre os males consequentes das enchentes.
Doenças, como Cólera e Leptospirose, podem ser transmitidas caso exista o contato com a pele humana durante a inundação. Evite caminhar nessa água. O CGE também reitera a importância de não jogar o lixo na rua, já que causa entupimentos de bueiros e ramais de drenagem.